Nos anos 90 surgiu um grupo de jovens que revolucionou a forma de inserção social da juventude do Complexo Taiçoca de conjuntos de Nossa Srª. do Socorro, em Sergipe.
Em 27/08/1992 o grupo foi lançado em praça pública com a leitura do Manifesto da Sociedade Solícita, documento no qual os jovens externavam inconformidade com a situação do país e seu desejo de agir no processo de melhoria das condições de vida na comunidade.
Agindo de forma independente e depois firmando parcerias com a Igreja, Prefeitura, Grêmios Estudantis, Escolas, Associações de Moradores, Bancos, Mídia e Lojas, a Sociedade Solícita realizou ações pioneiras que primavam por sua organização irretocável e resultados fantásticos.
Ao longo de 10 anos de atuação, foram nada menos que 06 ciclos de palestras, 02 natais para crianças carentes, 03 campanhas contra a fome, 05 distribuições de alimentos para pessoas carentes, 05 gincanas escolares, 02 abaixo-assinados, 03 pesquisas públicas, 04 shows beneficentes e 01 passeio ciclístico. Isso para ficar apenas nos eventos mais relevantes.
Não foram poucos os jovens cujas ações da Sociedade Solícita marcaram a forma de ver e se inserir no mundo. Não foram poucos os que aprenderam que essa participação deve ser instigante, não pode ser acomodada, mas deve ser ativa e questionadora.
Aquele era um tempo no qual o neoliberalismo dominava nosso país, trazendo uma concepção de estado mínimo, que entregava o patrimônio nacional e abandonava o próprio povo à mingua e ao inferno da fome e da indigência.
Hoje, mais de 25 anos depois, quando esses tempos estão de volta e o povo sofre e chora novamente, a memória da Sociedade Solícita se renova e clama para a juventude:
ERGAM-SE JOVENS!
Ergam-se na solidariedade, na construção de um sentido de união entre si para construção de coisas boas para todos, de respeito, de amizade, de colaboração e de crescimento cultural, de consciência e espiritual. E afastem-se do ódio, do preconceito, do racismo, do bullying e das fobias. E de todos os que pregam idéias semelhantes.
Marcello Eduardo
